quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Sobre o momento atual

Como já disse minha mãe, "tem coisas que acontecem só em quem está vivo", então, não pense que o que acontece em sua vida é privilégio somente seu, ou que a desgraça é só sua. Viva simplesmente. Se as coisas estão boas agradeça;  se não estão, agradeça também, difícil sei desenvolver essa capacidade de resiliência mas nós humanos temos essa capacidade incrível basta ver a história de cada um que aqui ainda está. O que é difícil entender nesse momento de travessia,  é a apatia generalizada, o desalento tal que imobiliza;  quero acreditar que o momento é de reflexão, as vezes nosso espírito quer ficar quieto, isolado, sozinho. Muitos à sua maneira estão pensando estratégias de mobilização, estão se fortalecendo em seu núcleo familiar, com seus amigos próximos; buscando alternativas de sobrevivência e o mais importante refletindo. Alguns, normalmente os mais mais privilegiados estão abandonando o barco, deixando os até então parceiros à deriva.  Para esses meu desprezo. Já pensou se em todas as dificuldades desistimos? Se Ficarmos mudando de lugar, de companhia?  Dificilmente essa pessoa se encontrará, ou deixará um legado para alguém, sim porque sempre há como deixar algo de proveitoso para o próximo, para a  humanidade, é algo muito maior que você, é extra vida, talvez você nem chegue a usufruir, mas se você é presente, de alguma forma sua presença será sentida, agradeçamos também aos nossos antepassados, que tanto fizeram por nós, o que nos permite estar aqui. Andando agora a pouco pelo centro do Rio, pisando nas pedras, observando os prédios antigos, fiquei pensando nos desbravadores dessas terras, especialmente nos escravos, que muitos feitos,  e quantas histórias nos deixou,  algumas para contar ainda que eles mal sabiam mas que estão nos detalhes, para os bons observadores.

Olhar feminino

Se uma mulher interessante passa na rua e  especialmente se estiver com as pernas à mostra, dificilmente um homem não torce o pescoço após Ela passar;  é interessante o fascínio que os homens sentem pela figura feminina, por seu corpo (não pensem em termos pejorativos). Agora mesmo observando a cena da janela do ônibus, até desejei ser aquela que passou, olhar de pura curiosidade, admiração. Nós mulheres também os olhamos, só que somos mais dissimuladas  e eles nem percebem, aliás ninguém percebe, só se quisermos transparecer, ao olhar fazemos um raios x  completo, peso, altura, idade, se gosta ou não, intenção, caráter, etc. e a impressão muitas vezes só nós sabemos Kkkkk. Somos terríveis.

Abraço no amado

Abraçar/aconchegar o ser amado em seu peito e assim permanecer por algum tempo, é como colocar o universo em si, e ficar vagando por instantes no cosmo sideral. O estado de conforto é reconfortante, a sensação de paz é completa. Experimentem, pratiquem e saberão do que falo. É curativo, sela cicatrizes e aperta/estabelece laços. 😉😍

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Cadê as Crianças?

De repente Ela se vê de volta ao início de sua vida adulta, já havia encontrado o amor e filhos eram um projeto, um desejo. Eles vieram; aliás, um e uma e encheram sua vida de cor, de alegria. Ela sempre teve problemas com o tempo é verdade, sempre pareceu tão curto, tão insuficiente para todas as coisas que gostaria de fazer/de ter feito... Agora por exemplo, onde estão suas crianças? Em que lugar do caminho Elas se foram? Para que afinal queremos ser mães? Ah aquele cheirinho gostoso sem toxinas do bebê, aquele olhar puro e brilhante a chamar de seu, a covinha disfarçada que Ela herdou de Você, o jeito todo seu Dele, a risada que te faz esquecer do mundo, o doce encontro no seu peito, os primeiros passos, o contato com a areia, o ensinar a andar de bicicleta,  o controle do próprio medo para que não tenham medo, o "mamãe posso te falar uma coisa" e em resposta "até duas", o olhar cúmplice depois. Ah tempo, tempo, lágrimas me vem aos olhos, é um clichê, mas como passou rápido! Dever cumprido? Parece que sim. Hoje dizem, "Bom dia mamãe? O que vai fazer hoje? Como foi seu dia? Tá tudo bem? Boa noite, Tô indo pra facul, tava na facul, tava com meus amigos ué, talvez Eu durma por lá, tá mãe, eu sei mãe, tentarei não voltar tarde, tô indo pra praia, vou visitar meus sogros, tô indo pra casa da minha namorada, volto só segunda, vou passar o final de semana com meu namorado"; "precisa dormir lá? - Melhor né mãe? - Você não diz que é melhor assim que é perigoso estar na rua tarde da noite?, Vai com Deus! Jesus te acompanhe, Deus lhe abençoe. Hei dá aqui um abraço, deixe-me te dar um beijo, tô com saudade, ah mamãe você adora fazer drama!"  E assim lá se foram as crianças, meu olhar brilha ao vê-los "caminhando com as próprias pernas", mas sou um pouco egoista (coisa de mãe), e o pensamento não desliga deles. Ainda bem pois assim o vazio não é completo e no espaço que ficou, uns escritos de vez em quando, a retomada de coisas que costumava fazer, costurar, ler, cuidar de plantas, assistir filmes por exemplo, voltar aos tempos de namoro, aliás esse é outro tema, um sujeito ocupado, sempre a viajar. Em ambos os afetos, a cada vez que estamos juntos é uma preciosidade, dá vontade de parar o tempo. Quanto a ser mãe, a verdade é que uma vez mãe, para sempre mãe. A minha que o diga! O importante é que sei que Ela está lá e vive em mim, e Eu Neles onde, quando e onde estiverem, ainda que metafisicamente.

Visita

Tenho em meu jardim, um certo passarinho que estava a deixar saudade.  Há meses tentava dentre outros, identificar seu canto, e Eu dizia "o que há de errado? Será que foi embora, para outras paragens? " E ouvia, " calma não é seu tempo, é o tempo dele", (aliás essa frase se aplica a mim, de vez quando, mas essa não é a questão do momento) e eis que ouvi seu canto,  do passarinho trovador, temos uma conexão Eu e Ele, Ele e Eu. Me falou das coisas que observou, das suas visões do alto, sobre as coisas do mundo, e falou, falou, como falou, um tagarela Ele, me atualizando sobre tudo, e Eu escutando, sua perfeita melodia, admirada com sua performance, passarinho de peito de aço. Em um dado momento, ali naquela perfeita sintonia, veio-me a presença de meu Pai, Ele que em sua simplicidade imitava assoviando, com perfeição o som dos pássaros para nós crianças. Estou emocionada ainda, pois podem achar que é loucura, mas senti sua presença, meu querido Pai me visitou naquele passarinho.