Que audácia a minha, escrever e disponibilizar algo que pode interessar só a mim, enfim...
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
Cadê as Crianças?
De repente Ela se vê de volta ao início de sua vida adulta, já havia encontrado o amor e filhos eram um projeto, um desejo. Eles vieram; aliás, um e uma e encheram sua vida de cor, de alegria. Ela sempre teve problemas com o tempo é verdade, sempre pareceu tão curto, tão insuficiente para todas as coisas que gostaria de fazer/de ter feito... Agora por exemplo, onde estão suas crianças? Em que lugar do caminho Elas se foram? Para que afinal queremos ser mães? Ah aquele cheirinho gostoso sem toxinas do bebê, aquele olhar puro e brilhante a chamar de seu, a covinha disfarçada que Ela herdou de Você, o jeito todo seu Dele, a risada que te faz esquecer do mundo, o doce encontro no seu peito, os primeiros passos, o contato com a areia, o ensinar a andar de bicicleta, o controle do próprio medo para que não tenham medo, o "mamãe posso te falar uma coisa" e em resposta "até duas", o olhar cúmplice depois. Ah tempo, tempo, lágrimas me vem aos olhos, é um clichê, mas como passou rápido! Dever cumprido? Parece que sim. Hoje dizem, "Bom dia mamãe? O que vai fazer hoje? Como foi seu dia? Tá tudo bem? Boa noite, Tô indo pra facul, tava na facul, tava com meus amigos ué, talvez Eu durma por lá, tá mãe, eu sei mãe, tentarei não voltar tarde, tô indo pra praia, vou visitar meus sogros, tô indo pra casa da minha namorada, volto só segunda, vou passar o final de semana com meu namorado"; "precisa dormir lá? - Melhor né mãe? - Você não diz que é melhor assim que é perigoso estar na rua tarde da noite?, Vai com Deus! Jesus te acompanhe, Deus lhe abençoe. Hei dá aqui um abraço, deixe-me te dar um beijo, tô com saudade, ah mamãe você adora fazer drama!" E assim lá se foram as crianças, meu olhar brilha ao vê-los "caminhando com as próprias pernas", mas sou um pouco egoista (coisa de mãe), e o pensamento não desliga deles. Ainda bem pois assim o vazio não é completo e no espaço que ficou, uns escritos de vez em quando, a retomada de coisas que costumava fazer, costurar, ler, cuidar de plantas, assistir filmes por exemplo, voltar aos tempos de namoro, aliás esse é outro tema, um sujeito ocupado, sempre a viajar. Em ambos os afetos, a cada vez que estamos juntos é uma preciosidade, dá vontade de parar o tempo. Quanto a ser mãe, a verdade é que uma vez mãe, para sempre mãe. A minha que o diga! O importante é que sei que Ela está lá e vive em mim, e Eu Neles onde, quando e onde estiverem, ainda que metafisicamente.
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