Reflexõesray
Que audácia a minha, escrever e disponibilizar algo que pode interessar só a mim, enfim...
quarta-feira, 13 de março de 2019
Luto por Suzano
#Luto pelas mortes em Suzano-SP, não consigo imaginar a dor dos pais e familiares, luto após luto nesse país, haja coração. Tá passando da hora de verdadeiramente acolhermos nosso próximo, de prestarmos atenção uns nos outros, nas suas carências, de ouvir, aguçar o espírito da bondade, do amor, da generosidade. Sei que a perplexidade é tanta que não encontramos explicação, a tendência é pensar em morte "ah se alguém tivesse uma arma também..." mas a história mostra que isso não funciona para barrar a violência, temos que modificar nosso modo de agir enquanto sociedade; em alguns lugares do mundo, como nos EUA por exemplo, tragédias como essa são corriqueiras e isso vem se pontuando na nossa realidade já a umas três décadas, aos poucos toda a forma de ódio está mais frequente, haja vista as agressões e mortes corriqueiras especialmente de mulheres e LGBTs, negros, índios, quilombolas, de membros dos movimentos sociais. O ódio caminha e cresce; talvez pela desigualdade, pelo consumismo excessivo, pelos jogos eletrônicos, pela alienação das pessoas, especialmente dos jovens devido aos muitos estímulos visuais que recebem, pela tal falta de limites, pela falta de amor e carinho na infância, pela falta de diálogo, etc. vai saber, arrisco a dizer que é um pouco de tudo isso e mais o discurso de ódio, gesto de arminha inclusive das mãos de cristãos. O fato é que o mundo mudou, desde sempre, e fomos nos perdendo do que somos, nossa essência, o que nos faz humanos. Que sejamos atentos a essas questões, talvez seja o caminho.#maisamorporfavor #nãoasarmas #maisatençaoaeducação, #Lutemospelavida, #espalheamor.
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
Carolina
Após a leitura do livro de Carolina Maria de Jesus, Quarto de Despejo, uma coletânea de diários escritos por ela na década de 50, eis que andando no centro da cidade do Rio de Janeiro, deparei-me com uma pessoa semelhante ao imaginário que fiz dela, parecia que havia me encontrado. Ela me abordou e como sempre meu primeiro ímpeto foi dizer: Desculpe estou com pressa! Porém, nossos olhos se encontraram e a ouvi: Tia a senhora é como eu, olhe para mim e me entenderá, saberá o que passo, o que sinto; ninguém me enxerga tia; e chorando, olhos nos olhos continuou, já não aguento mais o sofrimento, a fome, estou com fome tia, muita, tenho fome de comida, não sei o que é um prato de comida há dias. Negra, jovem, o corpo dava para ver as veias saltadas de tão magro, cabelo desgrenhado, vestido vermelho de malha estampado de um ombro só, sem seios, pés descalços naquele asfalto quente. Pela forma de pronunciar as palavras vi que não era inculta não. Pensei: R$20,00 deve dar para pagar uma refeição. Abri a bolsa tranquilamente, peguei na carteira, sem medo algum, o dinheiro e lhe dei. Ela pegou o dinheiro com cuidado, agradeceu e sem jeito falou: Desculpe a senhora teria mais R$4,00? Porque assim compro duas quentinhas, uma levo para minha mãe. Falei: Você não está me enganando né? Seja honesta. Ela: Não Tia essa qualidade é a única coisa que me resta, a de dizer a verdade, ser sincera. Peguei mais R$6,00 que tinha e lhe dei e falei com os olhos marejados: Acredito em você, vá se alimentar. Ainda a acompanhei com o olhar até uma lanchonete do outro lado da Av. Rio Branco antes de seguir apressada com meus afazeres e pensando: Não acredito em toda e qualquer notícia que vejo na internet, em políticos salvadores da pátria e que fazem promessa não, mas um olhar como aquele acredito, me consterna, dá vontade de levar pra casa, dar banho, lavar-lhe os cabelos, adotar, e vê-la caminhar de cabeça erguida como um ser de Deus. Uma refeição no dia de hoje, amanhã como será? Como conseguirá sair desse círculo de fome?
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Conversa com o filho
Conversa aleatória com o filho de manhã e outras que gostaria de dizer: Ele tem 25 anos, está gripado, com uma tosse que preocupa. Vou fazer café, mas a água se transforma em chá contra gripe para ele. Rimos e digo, filho quando eu não estiver mais aqui você se lembrará de mim? Claro mãe. Vai se lembrar de botar camisa quando faz frio e tirar quando faz calor? Vou mãe. De não ficar com os pés no chão frio quando estiver gripado? Vou mãe. De comer com moderação e tomar cuidado com o que come? Por exemplo comer menos cachorro quente e refrigerante nas festas? Vou mãe, e quando comer algo bom vou lembrar que você gostaria de comer um pedaço comigo. Filho, você irá ficar atento a tudo que ronda seu coração, às mensagens ruins contrárias ao amor ao próximo? Ficará afastado de armas e todas as coisas que humilham e entristece o coração das pessoas? Faço isso sempre mãe quando leio algo na internet, quando estou com meus amigos, na rua, no trabalho, em todo lugar. Eu confio em você, hein Filho? Eu também em você mãe, a sinto sempre comigo. Emocionada e feliz aqui.
A cor da resistência
Sempre fui essa branca, cor de burro quando foge, com esse cabelo sarará, crespo quase pichainho, e sempre ouvi indiretas para alisar o cabelo, que cabelo liso é cabelo bom, etc. Houve um tempo em que induzida por tais preconceitos, alisava, aloirava o cabelo, sem perceber disfarçava vestígios de minha origem, como eu era, algumas nem se dão conta que não se aceitam e por isso ainda se escondem; mas nada se compara ao estigma, à dor de quem tem a pele negra, os traços da negritude. Pois hoje, se houvesse mágica queria que Deus jogasse um balde de tinta em mim, me fizesse com a pele bem pretinha, bem retinta pra fazer conjunto com meu cabelo, me enfeitaria com as cores mais belas, passaria óleo e hidratante pra cuidar dela e ficaria bem reluzente, cuidaria mais do meu corpo, ressaltando todos os meus traços, me esforçaria ainda mais para ficar bem pertinho dessa gente ruim que tudo faria para me diminuir, minha satisfação seria desfilar na cara dele/dela, da sociedade inteira, as faria vomitar toda a sua repulsa, até passarem mal. Gente ruim, mais ainda quando acham que é mimimi, mais ainda são aqueles que esqueceram de si, de seus ancestrais, de sua origem, de sua história e fazem papel do feitor, do capitão do mato, do dono do engenho, do dono de escravos. Esses que me fazem chorar hoje, haverão de queimar no quinto dos infernos. Ah se vão! Praga de mãe é bendita e forte.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
Pegue suas armas
Meu coração sangra, quase ouço os gritos dos excluídos ao ler as notícias que me chegam pelas redes sociais, sim, no momento essas são como as vielas das favelas a escoar as dores, a opressão, o medo, o pranto. É possível ver o olhar frio, inerte, a arma, o dedo no gatilho e o tremor, o pavor nos becos. Todos somos vítimas, alguns mais que outros por certo. Triste destino. Destino? O que leva alguém a nascer pobre, favelado? Ou se tornar... a carregar as mazelas do mundo? É pertinente que continue assim, afinal em quem se irá pisar, lançar um olhar de desprezo se todos tiverem igualdade social? Sobre os ombros de quem se atribuirá a culpa que não é minha, mas que é sua? Afinal quem mandou nascer pobre? Pobre tem mais é que aguentar mesmo e calado sem reclamar. Vá meu filho, minha filha, continue sendo subserviente, você não tem direito a se divertir, no máximo trabalhar e olha lá! Vá, acorde cedo esqueça o que viu, cuidado para não perder o horário do ônibus, foque no trabalho, não olhe pra trás. Querendo ou não, o trabalho é a única coisa que te mantém vivo/viva. Vez ou outra, além da notícia que corre pelas redes, é possível ouvir os pipocos, fuzil? Nossa, muito tiro, que arma será? Não passe por lá, melhor não sair, quem tá dentro não sai, quem tá fora não entre, não passe perto, ignore, caramba! Um bando de garotos, com armas maiores que eles, foi o que ouvi dizer, como pode? Como essas armas chegam? Ué, não é proibido? Ah é o tráfico, eles conseguem qualquer coisa... eles quem? Os pobres, os favelados? Sim, quer dizer não, sei lá... forças poderosas estão por trás, financiando, controlando, matando, ganhando com isso. Sim, muito dinheiro circula, que mal há que os pobres morram? Que essa rapaziada morra? Afinal qual perspectiva têm? Atrás de um, há um monte, vão chegando gente, escolham sua armas.
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Torre de Babel
Uma das passagens bíblicas cita a “torre de babel”, onde as pessoas falam várias línguas e não se entendem, já naquele tempo chamava atenção essa característica humana, a dificuldade de comunicação; cada pessoa quer à sua maneira falar, dizer o que pensa; porém não ouve, não escuta, não fica atenta aos sinais, à expressão corporal, à entonação, às vírgulas, aos pontos. Daí o que se vê são vozes alternadas, descompassadas, alteradas, gritos, xingamentos, agressões. Vozes faladase/ou escritas expressas de modo físico ou virtual. Agressões virtuais, físicas. No tempo atual, com o advento dos computadores, cabos de rede e yos várias meios de comunicação à distância (virtuais), a chamada internet em muito facilitou o envio e troca de informações, porém quando trata-se de exposição de ideias, opiniões pessoais, a dificuldade de comunicação aparece de forma mais acentuada. Esse talvez seja o grande desafio da humanidade ou seja, que os seres humanos consigam se comunicar de forma clara, inteligível, que exponham sua real intenção, a mensagem que se quer transmitir. A chamada mídia (jornais, revistas e outros impressos, televisado e da internet ou seja, meios de divulgação de notícias, fatos e informações de interesse público) contribuem de forma irrelevante para a mitigação do problema pois ao escrever as matérias, poucas pessoas têm o cuidado exigido para com a escrita. Ou seja, cada vez menos as pessoas estão se comunicando. Junte-se a isto o fato da mídia procurar atender aos grandes grupos econômicos, seus financiadores, seguem com passatempos, futilidades e distorcem a notícia, capricham na manchete, aproveitando se do fato histórico do pouco hábito de leitura das pessoas e assim cumprem seu papel, de passar mensagens subliminares, tendenciosas de forma atender seus interesses, a chamada manipulação das massas.
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
Procurando alegria
Procurando alegria, onde estás querida? Porque não me encontras? Sei que estás por aí, nas coisas simples do dia a dia, bora procurar.
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