Que audácia a minha, escrever e disponibilizar algo que pode interessar só a mim, enfim...
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
Pegue suas armas
Meu coração sangra, quase ouço os gritos dos excluídos ao ler as notícias que me chegam pelas redes sociais, sim, no momento essas são como as vielas das favelas a escoar as dores, a opressão, o medo, o pranto. É possível ver o olhar frio, inerte, a arma, o dedo no gatilho e o tremor, o pavor nos becos. Todos somos vítimas, alguns mais que outros por certo. Triste destino. Destino? O que leva alguém a nascer pobre, favelado? Ou se tornar... a carregar as mazelas do mundo? É pertinente que continue assim, afinal em quem se irá pisar, lançar um olhar de desprezo se todos tiverem igualdade social? Sobre os ombros de quem se atribuirá a culpa que não é minha, mas que é sua? Afinal quem mandou nascer pobre? Pobre tem mais é que aguentar mesmo e calado sem reclamar. Vá meu filho, minha filha, continue sendo subserviente, você não tem direito a se divertir, no máximo trabalhar e olha lá! Vá, acorde cedo esqueça o que viu, cuidado para não perder o horário do ônibus, foque no trabalho, não olhe pra trás. Querendo ou não, o trabalho é a única coisa que te mantém vivo/viva. Vez ou outra, além da notícia que corre pelas redes, é possível ouvir os pipocos, fuzil? Nossa, muito tiro, que arma será? Não passe por lá, melhor não sair, quem tá dentro não sai, quem tá fora não entre, não passe perto, ignore, caramba! Um bando de garotos, com armas maiores que eles, foi o que ouvi dizer, como pode? Como essas armas chegam? Ué, não é proibido? Ah é o tráfico, eles conseguem qualquer coisa... eles quem? Os pobres, os favelados? Sim, quer dizer não, sei lá... forças poderosas estão por trás, financiando, controlando, matando, ganhando com isso. Sim, muito dinheiro circula, que mal há que os pobres morram? Que essa rapaziada morra? Afinal qual perspectiva têm? Atrás de um, há um monte, vão chegando gente, escolham sua armas.
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