domingo, 23 de julho de 2017

Cidades pequenas

Coisa boa são cidades onde as pessoas, segundo uma amiga disse, não vivem emboladas, não há lixo espalhado, há sinais de um certo zelo das pessoas com suas coisas, há menos coisas descartáveis, há mais flores,  os terrenos não tem muros, as casas não tem grades nas portas e janelas e tampouco nas praças, nelas os  gramados e bancos são um convite pra sentar, bem como os armazéns, as biroscas. Até mesmo na periferia percebe-se nos mais humildes um quê  de dignidade. A vida parece correr devagar, com menos gastos com futilidades e poucos  aborrecimentos. Os sonhos das pessoas se resumem a ter uma boa comida, bebida, um estudo suficiente, algum dinheiro e uma festa de vez em quando pra se enfeitar,  e qualquer motivo é um espaço pra prosear. Em lugares assim parece que o céu é mais azul, os pássaros são vistos e se escuta seu canto; com certeza a respiração é mais leve e as pessoas se olham nos olhos, prestando atenção umas nas outras,  o bom dia é espontâneo e o sorriso também. Coisas como aparelho celular, notebook, etc. ainda são novidades e parecem não fazer falta; aliás ainda é visto como falta de educação quem tem, usá-los quando estão com outras pessoas. Lugares assim fazem a gente ponderar sobre estilo de vida, sobre valores, sobre limites, que a busca desenfreada pelo ter sempre mais, faz o ser ficar esquecido e isso traz infelicidade.  Reflete-se que para viver basta ter o necessário  e como já dizia uma musiquinha de um desenho infantil, o extraordinário é demais.

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