sexta-feira, 19 de maio de 2017

Existência

Observando meus filhos, as pessoas que convivo, fico fascinada com o mistério que é a existência. Impossível não sentir admiração pelas criaturas; perguntas como: Porque existo? Qual o sentido da vida? Sempre irão ressoar nas nossas cabeças, sem resposta. Simplesmente em um determinado instante propício, dois corpos se encontram e o milagre da vida acontece, parece que era a chave, a conexão necessária para acesso ao  portal para esse mundo. Na verdade os genitores pouco contribuem para esse novo ser, no sentido da sua essência, cada um trás em si, um selo, uma característica, uma marca da sua individualidade, da sua inteligência, de sua forma de aprendizagem, das cores com que veem o mundo, a paisagem. Os que conseguem vencer a passagem, começam a trilhar uma saga que perdura até não se sabe quando, nasce e já começa a envelhecer para o fim, ou recomeço talvez. Durante esse trajeto muitas lutas, internas, com ele mesmo e com outros, na verdade numa busca do encontro de si mesmo. Nessa busca poucos conseguem intervir, muitos sucumbem com os enfrentamentos, com as descobertas, porque as coisas parecem sem sentido, vazias. Durante o curto período de sua existência, as luas já se poram e ressurgiram há muito mais tempo que ele imagina, há bem mais tempo que suas indagações, esse mesmo sol já iluminou quantos mais desde que suscitou as condições favoráveis de vida na terra? Sucumbe porque deixa-se inebriar pela beleza, pelo mistério das inúmeras possibilidades de experimentações, de alguma forma algo o fez acreditar que é algo especial, superior e nessa crença, se perde no fogo fátuo dos holofotes do poder, ou da falta dele por achar que deveria tê-lo. Muitos perdem tempos preciosos do viver, pois demoram a perceber que o essencial é invisível aos olhos, está na apreciação das coisas simples, na troca de experiências com o outro, a outra, no sentimento, na emoção do momento, na partilha que torna a mesa farta, no olhar generoso, no trabalho no sentido de aplicar os dons recebidos, colocar-se à serviço não no sentido de explorar alguém ou deixar-se ser explorado, mas de ser útil à sociedade, ao bem comum. Ou seja, a caminhada é que dá sentido a vida, durante a luta há que seguir na busca desarmados, daí dá-se o encontro de vida, com a vida.

Um comentário:

  1. Nossa, há quanto tempo não via suas postagens MANA! percebe-se que ainda tem muita insPiração para escrever. COntinue....Parabés! Rô

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