Sonhei que perdi a pérola do meu anel e Ele sem Ela não passava de uma ferragem. Num dado momento olhei minha mão e lá estava o aro com os ganchos como uma boca aguardando a iguaria, aberta, vazia, sem sentido. O aro apesar de ser de ouro, sem Ela poderia ir para o lixo, não tinha valor algum.
Que triste fiquei, desamparada a olhar aquele que antes era um anel, agora vazio e vazia me sentia e me vi a procurar; imediatamente vassoura e rodo peguei, a um ou outro perguntei em vão. Lixo, muito lixo varri, água joguei e lavei, recolhi e com o olhar atento prescrustei cada vão, cada buraquinho e filtrei, debulhei cacos, folhas, detritos, procurando encontrar a pérola tão valiosa, cujo formato e cor me inspirava, enamorada como se o mundo fosse.
Atordoada acordei e ainda agora, procuro o sentido de tudo isso e continuo a procurar no vazio que sinto, a minha pérola perdida, quando foi que a perdi, em que lugar do caminho; para percorrer de novo o percurso e quem sabe (re)encontrá-la.
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